Tema
Convidamos a imaginar as Fronteiras como um território complexo, de acontecimentos, entrecruzamentos e interfaces, desvelando o que pulsa em seus interstícios, no entre sempre mutante, no desenho ou no desdesenho de formas, entidades e subjetividades. Fronteiras móveis e efêmeras produzindo mestiçagens e hibridações, que nos conduzem, cada vez mais, à idéia de que o ser humano é um ser de fronteiras.
Partimos de uma psicanálise latino-americana, hóspede e anfitriã, na e a partir da fronteira, pensando através da intertextualidade e da extraterritorialidade. Em uma postura de abertura aos debates entre a psicanálise, enquanto leitora e texto do laço social e as demais manifestações da cultura. Uma psicanálise que permita a comunicação fértil com a amplitude de disciplinas, problemáticas e discursos que nos atravessam.
Perguntamos que podemos dizer, nós analistas, a partir do horizonte de nossa época e das margens de nossa prática. Que questionamos de nossa clínica e de nossas teorias como psicanalistas mestiços, estrangeiros e imigrantes?
Propomos pensar as fronteiras do psiquismo, do corpo que habitamos. A diversificação da sexualidade e do gênero. O lugar do corpo na atualidade. Biopolítica e psicanálise.
- Fronteiras entre o sujeito e o outro. Semelhante ou inimigo? O ser estrangeiro, imigrante, refugiado ou mestiço no século XXI. O laço social em tempos de violência, globalização e pós-verdade.
- Fronteiras que se tecem no intercâmbio cultural, social e tecnológico. Virtualidade e hiper-conectividade. Intimidade, vínculo e amor nas redes sociais. Nativos cibernéticos. Novas subjetividades na era digital. A relação com a máquina e a inteligência artificial. Psicanálise e política na América Latina.
- Fronteiras da analisabilidade que sacodem nossa clínica. Mal-estares da sociedade contemporânea. Outras leituras para novas patologias? A psicanálise ante a diversidade das ofertas terapêuticas.